Relatos de um Aranha Japonesa Roqueiro: Show do U2 - 360 graus - parte 1

Para não fugir ao costume, vou contar aqui a vocês minhas aventuras no Morumbi, referente ao show do U2 ocorrido neste sábado, 09/04/2011.

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Não sou o maior fã da banda irlandesa na face da terra. Quem me conhece sabe muito bem que eu preferia ter passado o sábado em Interlagos vendo corrida ou pescando com meu pai e com meu avô. Mas sou casado com uma baixinha pernambucana fã da banda, a ponto dela saber quase todas as músicas de cor.

Por causa disso, comprei dois ingressos para o show, ainda em novembro do ano passado. Minha mulher ficou acordada de madrugada apenas para comprar os ingressos.

Durante a semana que antecedeu o evento, eu e ela fizemos nossa lista de comprinhas para o show. Capas de chuva, binóculos, camisetas alusivas à banda, bebidas, comida, essas coisas. Nosso amigo Marcelo, velho conhecido dos antigos de campeonato, se ofereceu para levar e trazer a gente do estádio.

No sábado, o Marcelo buscou a gente em casa, deixou na PORTA do estádio (exatamente na entrada do estádio do São Paulo) e lá desembarcamos, às onze da manhã.

Na fila, perto de onde eu e a minha esposa estávamos, havia um pessoal de Brusque (SC), Piracicaba (SP) e a família de um japonesinho boiola. Rapidamente nos enturmamos e essa turma, acrescida de um amigo meu dos tempos de lojinha e de um soteropolitano que saiu de Congonhas direto para lá, esperamos até a abertura do show.

Portões abertos, revista feita, minhas bolachas passaram... beleza! Fomos para a arquibancada. Na arquibancada, a trupe formada por dois paulistas, uma pernambucana e um baiano fez rapidamente amizade com uma turma vinda do sul de Minas Gerais.

O Morumbi foi enchendo, enchendo, enchendo... Até o momento em que a turma passou a ficar na escada. E ao meu lado, chegou outra turma vinda da Bahia. E não é que o pessoal dessa turma começou a cantar Chiclete com Banana no meio dos roqueiros?

(continua...)

A Tickets for Fun tá na minha lista negra.

Fiquei acordado durante 3 madrugadas, nas 3 vezes que lançaram ingressos dos 3 shows do U2 para vender entre novembro e dezembro do ano passado, e em TODAS o sistema e o servidor deles dava merd@ pro meu lado, e eu, fã do U2 (minha banda favorita) fiquei de fora...

Paciência. Mas essa empresa, quero dar risada no dia que ela falir!

Morumbi lotadaço. Eu tentava bater fotos, mas uma bela baianinha (a mocinha era bonita mesmo) sempre parava na minha frente e não deixava eu bater as fotos direito. Tanto é que eu já estava meio aborrecido e minha mulher, mais ainda.

- Ôxe, vai deixar aquela folgada ficar na sua frente?
- E você quer que eu faça o quê, que eu dê uma porrada na cara dela? Isso eu deixo para você, afinal, eu não bato em mulheres.

A baianinha ainda estava na minha frente, e um pouco antes do show do Muse olhei para ela e disse:

- Pô meu, tá difícil, viu?
- Ôxente, me disculpe (sic)...

E ela saiu do meu lado... por uns quinze segundos. No Morumbi, começou a tocar "Trem das Onze", clássico do Adoniran Barbosa. O Morumbi veio abaixo!
Os paulistas cantaram aquela música como se fosse o Hino Nacional, enquanto a galera dos outros estados (e países) ficavam quietos; talvez por não saber que aquela música é o Hino Nacional Paulista disfarçado de samba.
A baianinha voltou a ficar na minha frente, enquanto eu e a paulistada presente cantávamos como se fosse grito de guerra da Torcida Independente. Eu estava de braços levantados e esticados para a frente, quando a baianinha tropeçou e deu de cara no meu cotovelo...

Rolou o show do Muse, banda que eu só conhecia (de longe) uma música. Gostei do som pesado deles.

Então, começou o show do U2. Na segunda música, o Morumbi tremia de tanto que pulávamos na arquibancada. E mais uma vez, eu pulando e jogando os braços como se eu tivesse tocando bateria... e a baianinha, na minha frente (de novo), virou minha bateria virtual! Ela parou na minha frente, não segurei o braço e POFT! Acertei a cabeça dela pela segunda vez no dia. Depois da segunda cacetada, ela se tocou e foi para outro lugar da arquibancada.

Só não pulei no resto do show pois senti uma cãibra desgraçada na perna direita e resolvi ficar sentado mesmo. Acabou o show, esperamos uns quarenta minutos e decidimos sair. Pouco mais acima do Morumbi, o meu amigo de fé, irmão, camarada e precipitado Marcelo nos aguardava, juntamente com a namorada.